segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Nossos Heróis

Um excelente filme norte americano, Lincoln, deverá chegar às telas em breve. São muitos os filmes estrangeiros que já vimos, elevando reis e rainhas, aventureiros e generais, cientistas e artistas à condição de heróis de suas pátrias. No entanto, nossa realidade parece ser bem outra; talvez exista no imaginário brasileiro a propensão a diminuir os nossos grandes homens. Não esqueço os bons filmes sobre Heitor Villa-Lobos e os irmãos Villas-Bôas, porém, no geral estamos mais para Macunaima...

Como personagem notável para filme histórico e de ação temos nosso D Pedro I. O primeiro imperador é visto, com razão, como mulherengo malcriado, pouco acima de moleque. Contudo, dar independência a esta nação-continente no lombo de cavalo e burro, no convés de barco a vela, supera qualquer empreitada semelhante em todas as Américas. Vale lembrar que em 1822 o Brasil era, de longe, o maior pais do Mundo Novo, superando, em muito, os Estados Unidos. Uma vida cheia de "suspense". Seu fim heroico na conquista do trono de Portugal, encontra poucos paralelos nas muitas biografias encampadas por Hollywood!

Outro personagem, mais "cabeça" seria o segundo Imperador.  D Pedro II, ridicularizado como sendo um filósofo distanciado da realidade; no entanto deu ao país o sentido de moralidade pública e de modernidade, tanto no respeito probo à democracia constitucional quanto à adoção das novas tecnologias de transporte e comunicação. Lutou, dentro dos limites da paz civil,  pela liberdade dos escravos toda sua vida, tolhido que foi pela dura oposição do parlamento, dominado pela elite rural. Deu estofo ao país em guerra, onde as perdas de vida, 37% do exercito nacional, ilustrou a imensidão do esforço, enfim vitorioso. Teve romances discretos, o que apimenta a história. Expulso do país, morre com dívidas, de tristeza pelo seu amado Brasil. Termina seus dias em Paris, onde o republicano governo francês lhe concede excepcionais honras militares. Belo conto...

E assim vamos, história afora, com grandes homens como José Bonifácio, Caxias, o Marechal Rondon, Carlos Chagas, Oswaldo Cruz, Mario de Andrade, Cândido Portinari e inúmeros outros, todos com vidas desafiadoras, cheias de altos e baixos, matéria prima para o bom cinema.

Que nossos cineastas nos escutem.  Vamos torcer!

   

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