terça-feira, 15 de janeiro de 2013


Mais uma guerra

Desta vez é a França. Num súbito impulso neo-colonialista, François Hollande, decide intervir no Mali. Trata-se de um país artificial, gerado pelos interesses coloniais franceses no Século XX, onde a metade Norte, composta de Árabes, se defronta com a metade Sul habitada por negros.





REPÚBLICA DO MALI


  
À primeira vista a intervenção parece razoável. Afinal, os Tuaregs e seus companheiros islamitas radicais resolveram tomar conta daquele país semi-desértico, impondo as práticas intolerantes dos Salafitas. Tentam derrubar um governo negro, pró Ocidental, não muito democrático, liderado por um general que depôs, manu militari, seu antecessor. Colocam em risco as relações comerciais, que incluem a exportação de ouro e urânio,  que fluem para a França.

Ainda, a intervenção militar francesa recebeu o apoio de todos (quase) líderes políticos franceses. A extremada Le Pen, os direitistas Fillon e Coppé deram ao socialista François Hollande apoio integral. Rara união.

Porém qual será o preço? Terá Paris avaliado bem a duração e extensão do conflito que se inicia? Esperamos que sim, porém os fantasmas Iraquianos, Afegãos e Líbios (outra aventura começada pela França de Sarkozy)  rondam os planos mais bem concebidos, os prognósticos mais otimistas.

Dominique de Villepin, talvez o mais sábio e ignorado líder francês, levanta dúvidas, alerta para as armadilhas que esperam seus conterrâneos. Quantos homens, quanto tempo e quanto capital serão tragados nesta missão, em momento de clara fragilidade para o erário Gaulês. A recente história nos mostra que intervenções armadas estrangeiras em nações independentes, mesmo após a vitória declarada, raramente atingem a paz a que se propõem.

De qualquer forma, vamos torcer para que dê certo. 

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