Mais uma guerra
REPÚBLICA DO MALI |
À primeira vista a intervenção parece
razoável. Afinal, os Tuaregs e seus companheiros islamitas radicais resolveram
tomar conta daquele país semi-desértico, impondo as práticas intolerantes dos
Salafitas. Tentam derrubar um governo negro, pró Ocidental, não muito
democrático, liderado por um general que depôs, manu militari, seu antecessor.
Colocam em risco as relações comerciais, que incluem a exportação de ouro e
urânio, que fluem para a França.
Ainda, a intervenção militar francesa
recebeu o apoio de todos (quase) líderes políticos franceses. A extremada Le
Pen, os direitistas Fillon e Coppé deram ao socialista François Hollande apoio
integral. Rara união.
Porém qual será o preço? Terá Paris
avaliado bem a duração e extensão do conflito que se inicia? Esperamos que sim,
porém os fantasmas Iraquianos, Afegãos e Líbios (outra aventura começada pela
França de Sarkozy) rondam os planos mais
bem concebidos, os prognósticos mais otimistas.
Dominique de Villepin, talvez o mais sábio
e ignorado líder francês, levanta dúvidas, alerta para as armadilhas que
esperam seus conterrâneos. Quantos homens, quanto tempo e quanto capital serão
tragados nesta missão, em momento de clara fragilidade para o erário Gaulês. A
recente história nos mostra que intervenções armadas estrangeiras em nações
independentes, mesmo após a vitória declarada, raramente atingem a paz a que se
propõem.
De qualquer forma, vamos torcer para que dê
certo.
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