terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Contra-senso?


                        

Em surpreendente ballet de estímulos e desestímulos, tem-se a última decisão do governo Lula em prol (conforme declarado) do Projeto de Mobilidade Verde (MOVER) envolvendo carros elétricos e proteção ambiental.

O governo está correto em regulamentar e sofisticar a aplicação de recursos em estímulo que protejam o meio ambiente. Favorece, assim,  constante aumento de produtividade, abrindo mercados nacionais e internacionais, estes fortalecendo as reservas cambiais, fator essencial  à ampliação e sofisticação dos meios de produção, em circulo virtuoso para nossa economia.

Um setor que merece especial atenção envolve a queda do consumo de petróleo, hoje o "bicho papão" da higidez ambiental, ao substituir a frota  movida por seus derivados por uma nova equação, esta  dependente de força motriz elétrica. A pluralização de fontes desta energia, que abrange o Sol, o Vento a Maré  casa-se com a tecnologia de seu armazenamento que vem revelando veloz expansão de métodos e soluções.

Desta forma, já se valida esta substituição, iniciando e consolidando economias de crescente escala, onde o Brasil parece contar com forte vantagem competitiva graças à sua conformação e locação geográfica.

Assim sendo, presume-se que o esforço de reduzir a produção de automóveis movido por gasolina/diesel deveria merecer prioridade. Ledo engano. Em intrigante decisão o governo Lula recém decide financiar o projeto através um aumento de imposto sobre a importação de veículos verdes, tornando-os menos competitivos 

A notícia não revela aumento de imposto (já muito elevados) para a produção de veículos movidos à derivados do petróleo, assim protegendo-os da crescente competição com os recém chegados. Será a melhor estratégia, ou não temos pressa? Ou o lobby contestador foi forte o bastante?

"Jabuticaba"(¹) amarga. 

1) Só no Brasil

Um comentário:

Anônimo disse...

Pedro, excelente colocação. Eu não tinha percebido que o apoio ao carro elétrico vinha com um aumento do imposto sobre o veículo.Incoerencia gritante!!!
Ignez