domingo, 12 de fevereiro de 2023

Um Novo Lula?

 



Lula retorna ao cenário político nacional com surpreendente apetite. Tal qual um Gargantua¹, vem devorando conceitos de vies estremado e, como impõem os organismos, os devolve em insalubres frases de efeito, tal como "Na eleição, os Ricos perderam."

A frase, não só é incorreta, mas, pior, tem o cheiro podre de guerra de Classes, um estímulo ao ódio azedo e irracional além de vilipendiar justamente a classe que mais gera empregos e contribui para a prosperidade do país. 

É incorreta pois a vitória de Lula se deu, não pela a inegável fidelidade dos partidos de esquerda, mas, também, graças ao importante contingente da classa média, e alguns ricos cuja contribuição  certamente superou os 1,5% que derrotaram Bolsonaro.

É fato que um aperfeiçoamento fiscal, visando a supressão de alguns "loop-holes", bem poderia merecer mais atenção do que hoje se verifica. Porém, para corrigir desvios o melhor caminho é o racional, buscando na transparência da realidade fiscal e dos privilégios contrários à equidade arrecadadora o rationale para uma correção de rumo e uma equidade republicana.

Ainda, os arroubos presidenciais chocam o bom senso, revelando um Lula impulsivo às custas da racionalidade que deve embasar a presidência de um país. Sua crítica ao Banco Central não tem cabimento; primeiro por razão técnica pois os juros contra os quais deblatera não são de 13,75% mas, sim, entorno de 7% uma vez descontada a inflação. Ainda, Lula, em sua ânsia demagógica, esquece que é o Banco Central, em sua missão anti-inflacionária beneficia os pobres, por serem eles as maiores vítimas quando da escalada dos preços.

Outra iniciativa de Lula que desafia a compreensão, é a nomeação de Dilma Rousseff para presidir o banco dos BRICS. Jejuna em habilidade e experiência bancária, e, ainda, não se destacando no campo das comunicações, Dilma estará destinada a constantes "faux pas", assim ferindo a credibilidade da instituição sob suas ordens e do Brazil que a indicou.    

Lula ainda goza de simpatia no ambiente nacional; pode retomar a racionalidade de seu primeiro mandato,  porém, a persistir nos gestos carentes de razoabilidade, verá seu apoio em forte queda, deixando-o com o PT e similares ideológicos, tornando-se uma minguante bancada.  Justo supor-se que cresce a importância do Congresso como filtro.

Parafraseando o notável Talleyrand a respeito dos Bourbons quando de sua volta ao Trono Francês: "ils n'ont rien oublié, et rien appris", assim renasce o novo Lula: nada esqueceu, nada apreendeu. Espero estar errado.


1) "Gargantua", de François Rabelais, 1534

3 comentários:

Daniel Bedin disse...

faz o L =)

nunca fui Bolsonarista, so anti petista mesmo.

Anônimo disse...

Surpresos? Realmente? Bobinhos…
Procure a resposta que nosso atual ministro da economia da ao ser questionado sobre as atribuições da CVM. Deve ter frequentado o mesmo curso que a ex presidAnta. E seus pares de economia da PUC com seus renomados nomes que agora nos desejam… boa sorte!
Certa vez, durante as eleições passadas, escutei uma frase de um agricultor que bem traduz meu sentimento: “ O Bolsonaro pode não ser o melhor fertilizante para o Brasil, mas certamente é o melhor pesticida que dispomos para o momento. “
Parabéns aos 50 e poucos milhões de ingênuos e/ou ignorantes que votaram no ladrão e sua matilha.
Vamos ver até quando perdurará o orgulho de fazer o L para cima em vez de admitir que existe um orifício mais adequado a recebê-lo.

Anônimo disse...

O que me espanta são os que se espantam, pessoas tão inteligentes pra certas coisas mas de uma ingenuidade...