Aos bons leitores, esta coluna, por razões temporárias e necessárias, será interrompida por breve período.
Pedimos a sua compreensão.
Pedro Leitão da Cunha
Aos bons leitores, esta coluna, por razões temporárias e necessárias, será interrompida por breve período.
Pedimos a sua compreensão.
Pedro Leitão da Cunha
Tempos de eleição. O Brasil politico abandona toda pretensão de interesse público e volta-se, vorazmente para a captura dos votos que lhe trará o Poder material. Sim, porque em última análise, o gozo do poder se materializa com benesses e privilégios distribuídos aos protagonistas e seu entorno.
Poucos serão aqueles que buscam a longínqua aprovação da história, o respeito da sociedade e a honra a de seu nome. Pelo contrário, a pressa está sempre presente, qualquer artimanha será válida. Vê-se a formação de verdadeiras quadrilhas no ambiente parlamentar, abrindo as portas ao saque do erário, seja direta ou indiretamente; neste quesito nada supera os manipuladores do Centrão, pois o fazem de forma legal, sem o risco que traz a ilegalidade. Alteram as leis...
Hoje, este aglomerado político torna-se o protagonista do cenário brasileiro, deslocando o Presidente de líder para subordinado e cúmplice. A Criatura, antes dispersa, hoje engole seu Criador e assume a iniciativa. Todas as energias são agora direcionadas para a vitória eleitoral; os mais diversos grupelhos antegozando as delicias que lhes trarão as Chaves do Reino.
Por resultado, a lei se degrada, vítima de manobras e artifícios engendrados por uma emergente e voraz maioria parlamentar; o Erário se avilta com avenidas secretas longe dos olhos do eleitor; a Educação se torna acéfala por inconstância de sua liderança; a Saúde subordinada à politização de suas decisões; a Política Externa se atrapalha com objetivos imediatistas e contraditórios; a Economia torna-se cúmplice do movimento "fura teto"; e, como se o Ministério da Religião houvesse, o proprio Senhor é constantemente recrutado para validar as alianças e projetos monetários...
E quanto ao futuro próximo? Será a vitória nas urnas fonte de alegria para os vencedores? Pouco provável. As correntes desordenadas que se entrechocam nas profundezas da Nação hão de trazer conflito e ansiedade. Cada vez mais, a formulação democrática perde prestígio, tanto na base quanto no cume do tecido social, buscando, na sua crescente decepção, o autoritarismo como solução.
A anomia política que se observa revela a perda do poder de bem administrar um país, hoje na beira da indigência social. Urge reverter o crescente empobrecimento do lumpen através do investimento maciço na infra estrutura social constituía pelo conjunto Saúde, Educação, Transporte e Habitação.
Sem contar com esta infraestrutura, a desejada superestrutura económica, geradora da riqueza que um regrado capitalismo pode trazer à Nação, o atual "projeto Brasil" torna-se entrópico. Vive o "voo da galinha" que tem caracterizado o percurso econômico do país ao longo dos anos.
O equilíbrio fiscal, agravado pelos "loop holes" tributários que oferecem à uma pequena minoria do universo fiscal brasileiro as brechas tributárias, levando o fisco a compensá-las junto àqueles contribuintes, pequenos e grandes, que optam pelo cumprimento integral de sua obrigação fiscal.
Agravando o quadro tributário, o imposto sobre o consumo tem por resultado onerar mais do que proporcionalmente as classes de renda modesta; sua redução seria amplamente compensada pelo fechamento das brechas que hoje beneficiam muitos que compõem o ápice da pirâmide econômica.
Por resultados, acentua-se a disparidade na distribuição da riqueza e bem estar na Nação, revelando os índices de GINI e IDH, Estes revelam-se degradados, desnudando o abandono das prioridades sociais que, por sua vez, se tornam fragilidade política em prazos médio e longo.
Graças ao curto horizonte da administração política, observa-se crescente distonia no processo de identificação das prioridades. Com a multiplicidade de objetivos conflitantes, em teor e prazo, esgarça-se o ímpeto psico-social da Nação, diluindo o vigor de seu empuxo.
Em suma, estes desequilíbrios colocam a perigo a prevalência do Capitalismo, este essencial à prosperidade da Nação.
Tendo por premissa que a "business mission" vigente da empresa é convergir com o objetivo eleitoral através da manipulação e contenção do preço do combustível, fator de forte elasticidade na relação preço-voto, denota que sensibilidade política é prioritária. Assim, torna-se difícil a tarefa de identificação e seleção dos quadros superiores da empresa.
No afastamento voluntario do Almirante Leal Ferreira, como presidente do Conselho, e do Gen. Luna e Silva, Presidente da Diretoria, evidenciou-se a metástase causada pela contradição das prioridades da empresa conforme desejo do Planalto.
A desastrada indicação dos novos dirigentes da Petrobras para os cargos de presidente do Conselho de Administração e da sua Diretoria Executiva, revela o colapso da racionalidade decorrente do despreparo do acionista majoritário. Assim, encontra-se ele em inesperado dilema: que substitutos indicar?
O efeito perante os acionistas, o mercado, as empresas congêneres, as bolsas no Brasil e no exterior, representa alto custo tanto interno quanto externo, Ainda, fragiliza a afeta a imagem de um governo que, para melhor cumprir sua missão, necessita o reconhecimento e respeito internacional, que tanto representa mercado para seus bens e serviços quanto crucial fonte de investimento.
Preocupa o observador, que este caminho já vem sendo trilhado, acentuando-se conforme a progressão do calendário eleitoral. Sua tendência já se delineava quando das demissões sucessivas de Pedro Parente e de Castelo Branco, ambos administradores de peso e respeito. Já desde de então o custo do combustível tornava-se o pomo da discórdia.
Revela, ainda, em vésperas de eleição, quão inesperado e impulsivo pode ser o candidato, ao colocar uma das mais admiradas empresas brasileiras como se fosse um mero instrumento político. O que houve com o líder "defensor das forças do mercado" e feroz adversário da esquerda?
Nada como tempos eleitorais para reavaliar profetas e messias?
N.R. A recente indicação de novos nomes para os cargos vagos nada corrige pois a causa permanece.
Depreende-se, assim, que os ministros seriam medíocres e sua partida servirá para melhorar a qualidade da subsequente equipe a ser formada? E, ainda, reconhece a desqualificação do time anteriormente selecionado? Se assim for, o que nos leva a presumir que os próximos ministros tenham a qualidade exigida pela Nação?
Outros pensamentos afloram ao ver-se a notícia: seria a passagem destes senhores de uma condição juridicamente exposta para a proteção de foro privilegiado uma das razões? Ou, ainda, será que a atração do cargo parlamentar tão desejado reflita a oportunidade de substanciais ganhos materiais?
De difícil compreensão seria a afirmação patriótica de "queremos ajudar o país", uma vez que, nos cargos de tanta importância operacional e estratégica que ora ocupam, sua colaboração já se faria sentir.
Ou, na realidade, o movimento nada mais faz do que prever a derrota nas urnas, e a consequente perda de vantagens e privilégios ora gozados?
O desafio está posto, quais serão os ministros escolhidos para a substituição dos que partem? Onde está este celeiro de homens dignos, probos, instruídos para preencherem o vazio ora criado?
Walter Braga Netto, da Defesa,
Damares Alves, da Mulher Família e Direitos Humanos
Flávia Arruda, da Secretaria de Governo
Gilson Machado, do Turismo
João Roma, da Cidadania
Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia
Onyx Lorenzoni, do Trabalho e Previdência
Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional
Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura
Tereza Cristina, da Agricultura