O País se depara com uma nova realidade político-ideológica. Após toda uma carreira abraçado às teses da Economia Liberal de Milton Freedman, quando se escutava com frequência exclamações socialmente anti-solidárias, o Posto Ipiranga agora troca o Verde tradicional pela cor Rubra das bandeiras socialistas.
Voltando um pouco no tempo, lembramo-nos do início do projeto assistencial em 2003 de autoria do Presidente Fernando Henrique Cardoso propondo recursos e estímulo ao estudo para as as crianças das classes destituídas de renda suficiente para se educarem. Em 2004, Lula encampa o projeto e o batiza de Bolsa Família, levando o auxílio à mais de 10 milhões de estudantes. Receber para estudar e estudar para receber era a regra recíproca.
No calor do debate pré eleitoral em 2018, onde Jair Bolsonaro e Fernando Haddad (herdeiro de Lula) se defrontavam, a extinção da Bolsa Família era uma das bandeiras do Capitão em prol do abandono dos gastos sociais e o restabelecimento da plena meritocracia conforme a bíblia néo-liberal. Esta era, então, erguida com ferocidade pelo Dr. Paulo Guedes, arauto da modernidade econômica e da supremacia do lucro como único motor válido para o desenvolvimento.
"Fast forward" e hoje aprendemos que na política a única lógica que prevalece é a da vitória nas urnas. O que outrora não passaria de "distributivismo comunista" para o receituário do Professor Guedes (e seu chefe, Jair Bolsonaro), nestes dias o novo plano Auxílio Brasil deverá substituir o comparativamente modesto Bolsa Família.
A súbita sensibilidade social ora esposada pelo Ministro da Economia surpreende aos que seguem seus ensinamentos. Neste momento, o irrequieto Ministro da Economia vai bem além da generosidade social que tanto criticava; propõe a criação de um Fundo de Redução da Pobreza.
Ainda, advoga a distribuição dos dividendos cabíveis à União, oriundos das empresas onde o Estado tem preponderância acionária em benefício da população desassistida. A abrangência destes programas assistenciais aumenta a cada dia que passa, em irresponsável avalanche fiscal, subsidiando desde o gás de cozinha ao combustível para caminhoneiros. Constroem formulas de curta duração, hoje favoráveis, amanhã onerosas.
Hoje, o Professor parece inverter, para fins eleitoreiros, as teses até então por si difundidas onde a riqueza da sociedade decorre da busca pelo lucro, onde o aumento da produção de bens e serviços e da crescente produtividade da economia Tudo o mais seria decorrência.
E para tal Paulo Guedes advoga arrombar as portas Constitucionais² que limitam a dívida Federal.
E porque criticar medidas que aliviam as dificuldades que enfrentam os mais pobres? Porque esta reviravolta ideológica? É simples, este auxílio nada mais é do que uma arma eleitoral, revelando falta de compromisso programático do governo Bolsonaro. Seja Direita, seja Esquerda, este revela o oportunismo que norteia seus atos tendo o Poder por meta
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