sábado, 9 de novembro de 2019

Capitalismo inclusivo


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São enormes as mudanças políticas e comerciais no mundo atual. No campo externo, líderes mundiais como Trump, Johnson, Putin, Xi Jin Ping,e, porque não, Bolsonaro, reescrevem as relações que mantêm com as demais nações. 

No campo econômico, observa-se um movimento de suma importância para, sobretudo, o mundo Ocidental e capitalista. É nos Estados Unidos, o paradigma da livre iniciativa e a economia de mercado que se constata  forte ebulição,trazida à tona pela campanha eleitoral que ora se inicia.

Pela primeira vez desde os tempos da Grande Depressão dos anos 30 do Século passado, a vertente socializante se manifesta nos debates pré eleitorais do partido Democrata. Como se não bastasse a fragorosa derrota já sofrida no passado recente, o Senador Bernie Sanders recomeça sua campanha, mas desta vez disputando com Elisabeth Warren a bandeira socialista. Terão eles chance de uma vitória? Pode-se afirmar que não, não terão. Mas o que parece relevante é a expansão da insatisfação do eleitor para com o capitalismo liberal manifestada através da opção socialista.

A crescente desigualdade de renda, a estagnação salarial, o aumento do desemprego qualitativo (vide revolução virtual), a sofrível rede de apoio na saúde, o alto custo da educação superior são elementos relevantes que hoje fazem com que significativa parte da classe média norte-americana questione o modelo liberal implantado e acentuado a partir do governo Reagan.

Dois fatos recentes parecem revelar que o topo da pirâmide empresarial começa a se preocupar com o crescimento da visível insatisfação sócio-politica. O primeiro fato relaciona-se ao documento subscrito por duzentos chefes executivos e liberado à imprensa norte-americana,tendo por protagonista Jamie Dimon, CEO do banco J.P. Morgan,onde explicita-se a ampla  missão empresarial, que não se limita à atender os interesses dos acionistas, mas também, os dos empregados, e da comunidade. Recusa a tese do "winner takes all".   

A candidatura à presidência dos Estados Unidos, recentemente anunciada pelo politico e empresário Michael Bloomberg parece ser outro fato relevante. Por ter sido empedernido Republicano, passando para o grupo de  Independentes e concluindo como político Democrata revela este candidato um histórico onde as preocupações sociais não estão submersas pelas teses liberais do lucro "à outrance". 

Parece razoável supor-se que esta candidatura tenha sido resultado de consenso dentre certas lideranças empresariais. Busca o partido Democrata  um candidato que reverta o crescimento da facção socialista,  dando à campanha uma plataforma mais equitativa, que atenue o forte desequilíbrio sócio-político hoje existente.  

Um perigo semelhante, porém ainda muito maior  ameaça a realidade politico-econômica brasileira. Ao governo Bolsonaro torna-se necessário buscar o apoio da classe média e trabalhadora afim de afastar o retorno ao poder da aliança dos partidos de esquerda. A libertação de Lula, empenhado em re-energizar a oposição deverá aumentar, em muito, a temperatura ideológica do debate político. Seria o momento de esvaziar-se o balão vermelho, onde, por exemplo, tornar-se-ia factível a  participação dos empregados  nos lucros das empresas onde trabalham.

O objetivo deste exercício seria o de redimensionar a vigente relação empresarial-laboral, onde o tanto o topo quanto a base constatem as vantagens da convergência de interesses. A co-optação de ambas  as classes para a solução capitalista atenuaria, de forma relevante, a tensão que ora se observa..

O que vai acima é tanto uma provocação quanto um alerta. A continuar o distanciamento dos extremos sociais, desequilíbrios sócio-políticos tenderão a se acentuar tendo por resultado o retorno ao poder da  esquerda radical. 

A pensar...

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