Ray Dalio, the billionaire founder of the world’s biggest hedge fund, said he believes flaws in American capitalism have created destructive and self-reinforcing gaps in education, social mobility, assets and income -- and the result could be another revolution.
O
comentárista acima é
um empedernido capitalista que vê na atuação de empresas, de seus
executivos e de políticos associados uma tendencia na direção da
abolição de limites. Dentre estes limites existem os do bom senso e
na regulamentação de práticas e valores que devem fazer convergir
tanto a procura do Lucro quanto o interêsse geral da Sociedade.
O telefone tocou. Ainda era cêdo, o café nem pronto
estava. John, com uma ponta de irritação, atendeu com um ríspido
_ OK, que V precisa nesta hora, Ted?
_ John, desculpa, sei que é cedo, mas liga no canal
7. A Airbus acaba de anunciar o primeiro voo do seu modelo 321neo
_ Mas como assim, ainda faltam uns meses?
_ Pois é, pelo visto aceleraram o programa. Temos um
grande problema pela frente.
_ Estou indo para o escritório agora. Chama o
pessoal. Temos que resolver este problema já.
Engolindo seu café e desprezando seu pancake John veste
seu paletó e se apressa para o elevador.
25 minutos depois entra na garagem da Bongbong, bate a
porta de seu Tesla e, impaciente, já no elevador, aperta o botão
63, seu escritório. Passa apressado por sua secretária que lhe
avisa “Estão todos na sala de conferência, Mr. Williams”
_ OK, pessoal, estamos em maus lençóis. Estes
malditos europeus nos passaram a perna. Com seu novo avião nos
colocam em posiçao insustentável. Não temos equipamento que
concorra com ele. Nosso 700 é lento, consome muito mais
combustível, carrega menos passageiros, e tem menor raio de açao.
Em suma, fomos pegos de calças curtas.
_ V. tem razão John, mas não foi por falta de aviso.
O “board” ficou atrazando os recursos necessários para o novo
projeto, o qual nos daria uma aeronave muito mais moderna e
eficiente do que este brinquedinho da Airbus.
_ Tudo bem, Bill, mas não nos deram os recursos.
Agora temos que improvisar. E rápido. A cada mês que passa
perderemos mais e mais compradores. Essas aéreas não tem lealdade.
Vamos perder muito mercado, as ações vão mergulhar. A solução
tem que ser rápida, não há tempo a perder.
Durante uma semana as mais díspares sugestões são
oferecidas e rejeitadas. Ora é o custo, ora o tempo excessivo. Mas,
enfim, uma idéa parece ganhar corpo e aceitação. John sabe que não
só ele que está exhausto, todos ali presentes deram tudo de si.
_ OK, pessoal. Vamos nos concentrar nesta solução. È
brilhante. Parabéns, pessoal. Vamos recapitular os seus pontos
principais:
Um novo projeto levaria 10 anos. Neste tempo
nossas perdas seriam enormes. Está alternativa, portanto,
está fora de questão.
Usamos, então, o avião que já temos, o 700,
e o adaptamos às novas necessidades.
Encomendamos novos motores, mais potentes e
economicos, aumentamos a envergadura para dar mais
sustentação e o cumprimento da fuselagem para receber
mais passageiros. Certo?
John observou um braço levantado
insistentemente, Lá vem este chato de novo, pensou.
_ Muito bem Ambrose, diga
_ Desculpe John, mas acho que essas modificações vão
exigir uma revisão geral do novo projeto, uma vez que a
distribuição de peso e as alterações aérodinâmicas diferem
muito do projeto do 700 original.
_ Não é nada disso, Ambrose. Nossa área de sistemas
pode neutralizar os eventuais desequilibrios na operacionalidade do
avião. Estou certo, Wladislav?
O diretor responsável pela área de Sistemas acena sua
concordância.
_ Acho que V. está enganado Ambrose. O responsável
pela área de sistemas tem certeza que a adaptação se fará em
muito pouco tempo, certo Wladislav? Então é isso, pessoal. Vamos
arregaçar as mangas. Vamos entregar este novo avião, o 700 Plus,
daqui a dois anos, e não em dez. E as
ações vão às alturas!
OOOOO
O final desta história é conhecida por todos, mas não
pelas quase trezentas e quarenta vítimas da improvização e dos atalhos, estes
impelidos pela prioridade do lucro, renegando custos que talvez
houvessem salvo suas vidas. Morreram antes de saber porque.
Por vezes, as mentes mais simples confundem o ocorrido
com capitalismo. Não mais deveriam no Século XXI.
O texto acima é fruto da imaginação do autor.
Os eventos e nomes são fictícios. Também os aviões.
2 comentários:
Excelente!
Muito interessante a (não) ficção. Precisamos mais de Ambroses
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