domingo, 20 de janeiro de 2019

Poder Moderador


Resultado de imagem para foto militares governo


O conceito de poder moderador nos vem do Império. O mais notável dos governantes brasileiros, o Imperador Pedro II, face aos excessos que ocasionalmente  decorriam da exaltação parlamentar ou da preponderância excessiva deste ou daquele interesse, que não raro resvalavam para excessos imprudentes, eram atenuados pela atenção Real. Esfriados os ânimos, o bom senso tornaria à prevalecer. Seu poder era Constitucional. É verdade que tal se passou já fazem quase dois Séculos e tal formulação, avançada para o início do Século XIX,  já não mais existe.

Voltando à época atual, as eleições de outubro trouxeram uma revolução democrática. Revolução pela reversão abrupta de uma linha de governo argento-socialista,  manchada pela compreensão errônea de quais seriam os verdadeiros interesses da Nação. O eleitorado a rechaçou e colocou, em seu lugar, uma visão político-econômica, moderna e eficaz,  apta a lhe trazer prosperidade e segurança.

Justamente por ser um arcabouço de idéias novas, novas pessoas lideram o processo, algumas levadas pelo vislumbre de uma nova ideologia, esta beirando excessos, outros lastreados em sólido conhecimento. Ambos  se juntam para, em harmonia, reconstruir o país. Assim, o dinamismo e a audácia de uns, por vezes imprudentes, são atenuados pelo filtro da experiência e do conhecimento dos setores mais maduros.

Tem-se agora, poucas semanas de governo, onde o Executivo, sem experiência no ramo, tem demonstrado coordenação insuficiente visando a eficácia das medidas propostas e à seu trâmite no  ambiente político. Diversos temas foram levantados e arremessados à atenção da opinião pública. Muitas delas surpreendentes, uma vez que a velocidade entre a sua concepção e sua revelação na imprensa pouco tempo tiveram para amadurecimento e reflexão quanto às suas consequências.

De especial sensibilidade tem sido a divulgação de propostas concernente a política externa brasileira. A "oferta" de base militar a governo estrangeiro, à revisão da política do Oriente Médio levando-se a embaixada para Jerusalem, o repúdio de maior aproximação com a China, os termos duros e ameaçadores à Venezuela, todos estes revelam um voluntarismo desaconselhável. Revelam  um certo açodamento no trato de matéria da maior importância, cujas consequências podem se estender para muito além da vigência do atual governo.

Nestes momentos, que ainda demandam melhor sintonia entre os elementos que compõem o governo, tem-se observado, de forma crescente a prudente e discreta atuação do grupo militar que forma o governo Bolsonaro. A cada ímpeto imprudente do segmento mais ideológico tem-se observado palavras sóbrias, bem pensadas, que sugerem maior reflexão advindas destes oficiais de longa carreira e constante estudo. Este poder moderador vai se evidenciando de importância relevante  em governo ainda em busca de sua identidade.

Nenhum comentário: