sábado, 16 de fevereiro de 2013


Hora de agir


Os últimos anos, seja sob a batuta de FHC, seja sob a direção de Lula, levaram o Brasil adiante. Tendo por base a eliminação da inflação galopante, a privatização de setores básicos, a inclusão de milhões de brasileiros na classe média e a prudente administração dos fatores de contenção da escalada de preços, deu-se ao país condições de crescimento e de melhoria na distribuição de renda. Sob estes aspectos, a presidente Dilma Roussef recebeu uma boa herança. Por outro lado recebeu uma administração calcada na distribuição de favores políticos, tendo por consequência uma perda abissal de eficiência administrativa, causa e efeito da corrupção.

Mas o que importa é o futuro, seja ele o amanhã, seja ele as décadas por vir. O que deve merecer a atenção dos nossos governantes são as tendências que se observam, tendências estas que decorrem de medidas imperfeitas adotadas no passado, recente ou não. E que tendências são estas? Destaca-se a redução do superavit primário, prenuncio de graves dificuldades por vir, tais como o aumento da dívida pública e da inflaçao. A recente manobra, denominada de contabilidade criativa nas contas nacionais, encerra perigo enorme, pois coloca em risco a confiabilidade dos números que o governo traz a público. Esta nefasta iniciativa nos coloca sob a lupa implacável das agencias internacionais avaliadoras de risco, que determinam, por sua vez, quais os títulos que merecem a categoria de "investment grade". Sem nela estar incluido nenhum país, nem as empresas nele situadas, terão a capacidade de obter os empréstimos e investimentos internacionais a custo competitivo, essenciais ao crescimento neste planeta globalizado. Fragiliza, ainda a confiança do investidor brasileiro, incerto quanto à firmeza de nosso alicerce econômico.

Outra gravíssima tendência, que se acentua, reside na já enraizada cultura política vigente, sob o domínio do binômio administrativo-corrupção. Como maquina de moto continuo, um alimentando o outro, e assim infinitamente, sangra não apenas o dinheiro dos contribuintes, porém igualmente grave, assegura ineficiências na conclusão dos projetos essenciais à naçao, trazendo no seu bojo o veneno das postergações e os maliciosos reajustes que decorrem. Assim, verifica-se uma sempre crescente transferência da capacidade de poupança e investimento nacional em pról do enriquecimento de imenso e turvo esquema comandado por minúscula parcela de brasileiros que empolga o poder sobre a sociedade. Mesmo sem abordar-se o enorme dano moral que esta situação impõe aos cidadãos do futuro, o dano administrativo que tal disfunção já causa deve ser calculado pela parcela da riqueza nacional subtraida pelos corruptos e corruptores, onde o custo Brasil é potencializado. E vale a repetição: onde as economias que decorreriam da eficiência são subvertidas na busca calculada da ineficiência.

Sem uma vigorosa e desassombrada correção de rumo, a ser comandada pela Presidência, não haverá a depuração dos males que hoje afetam a República. Males estes que contaminam a estrutura política, onde a maioria parlamentar não mais esconde o seu despudor, onde a oposição já não mais se opõe. A redenção do governo Dilma depende da adoção intransigente de princípios fundamentais à honesta administração pública. A credibilidade do governo, tanto interna como internacional está em jogo. As medidas que venha a tomar a Presidente, mulher que ja demonstrou coragem na defesa de seus princípios, ainda que controversos, terão o apoio da maioria popular, da classe média civíl e militar, no imtuito de garantir a Constituição naquilo que mais nobre tem, a preponderância da Justiça e a garantia de seu poder.

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