domingo, 23 de junho de 2024

Lula e Deasfios

 Não é a primeira vez que um presidente da república conflita com o Banco Central. Na realidade, a rusga não só é esperada como é quase necessária. Afinal de contas, a política é, por natureza,  expansionista, visando benefícios a curto prazo, deixando eventuais ônus para com eles lidar depois. Já  o Banco Central tem por missão permanente a estabilidade da moeda. 

Verifica-se, hoje, a política do "aqui e agora" pois à generosidade fiscal, se, por um lado, adiciona alguns pontos no crescimento econômico a curto prazo, por outro também contrata a inflação futura, tendo por preço o desregramento da Sociedade e a contenção do crescimento.





O cenário atual criado pelo Presidente Lula, cuja ambição política, senão bem dosada levá-lo-á  à imprudência fiscal, oferce à suas bases argumentação simplista e populista, enganando seu eleitorado com promessas irrealizáveis. Já , em cenário alternativo e  otimista, pode o governo Lula alcançar notável sucesso ao seguir o rumo prudente e consequente de seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad. 

No campo da política  externa, a opção pela aproximação à China, cuidando para não prejudicar nossa boas relações com os Estados Unidos, revela-se uma política sóbria e correta, podendo ela turbinar os investimentos industriais no Brasil, bem como nas áreas tecnológicas como comerciais.  

Justo estimar que aos Estados Unidos é crucial manter boas relações bem como influir nos rumos a  serem tomados pelo Brasil. Tal condição deverá estimular investimentos,  intercanbio financeiro e comercial no sentido Norte Sul porem sem prejuízo de nosas crescentes relações com Pequim. A manutenção desta dualidade nos é positiva, sem qualquer  exclusão, e se revela crucial aos interesses tanto de nosso país como, também, os de  nossos parceiros.



Os Estados Unidos não podem se dar o luxo de minimizar suas relações com o Brazil, tendo em vista o peso estratégico de sua vasta geografia como a quinta maior nação do planeta, de ser ele a nona economa mundial, com uma população de 200. milhões e, ainda, sendo sua localização dominante no continente da Ámerica do Sul. 

Assim, tudo indica que Brasilia, com bom uso dos excelente quadros do Itamaraty, merecerá  crescente atenção dos demais polos de poder internacional. Como exemplo, tal flexibilidade diplomática tem permitido à India, com índices inferiores ao Brazil (salvo a população), ser  continuamente cortejada pelas grandes potências.  

Está na hora de agirmos como Potência, despindo-nos do complexo de inferioridade.



domingo, 16 de junho de 2024

Possível e Provável

                                                        Mapa-mundi  tendo a China por centro     

 
Nestes tempos que correm, vê-se em muitos países a chegada do calendário eleitoral, onde as partes litigantes vem demonstrando crescente e aguda radicalização. 

Nos Estados Unidos aproxima-se o embate entre dois campos diametralmente opostos, onde os Republicanos comandados por um contundente e impositivo Donald Trump enfrentará um medíano Joe Biden cuja principal força deriva de sua oposição e rejeição  ao adversário Republicano. Contudo, para o "líder do mundo livre" a política internacionl tem peso relevante nas decisões internas. Os temas que regem a tensão crescente entre Washington e o eixo Moscou-Pequim, trazendo no seu bojo o espectro de conflito politico e armado, trarão reflexos às opções de política interna norte-americana.    

Ainda, na França tem-se o moderado Macron desafiado pela contundente Marine le Pen, ésta oferecendo a alternativa do Estado Forte em substituição da tolerância trazida pela prevalência do Estado Social, juntando-se à crescente rejeição à invasão dos imigrantes ilegais. No Reino Unido tem-se a expectativa do retorno iminente dos Socialistas ao poder, tornando mais complexo o processo de reajuste imposto pela retirada de Londres da União Européia.

Trantando-se do Continente Americano, ter-se-á no Brasil a disputa entre uma esquerda fortalecida pela sua recente explosão demográfica, porém debilitada por um envelhecido Lula e equipe. Tanto Esquerda quanto Direita cultuam "verdades" já exaurídas pelas décadas passadas, ignorando mudanças teóricas e tecnológicas (vide a influência na formação de opinião pública atravéz das redes) Já, no comando da oposição, tem-se uma direita radical sob o clã Bolsonaro

Na Argentina observa-se a vitória da direita radical de Xavier Milei, procurando no Século XXI a pureza teórica do capitalismo, isto num país viciado pelos artificialismo do Estado Distributivo que não mais resiste às realidades do momento atual. Face à ameaça de suspensão do já tradicioal apoio orçamentário às classes trabalhdoras, aumenta de forma relevante a prevalência de estabilidade política na Argentina. 

Já quanto à Ásia, o diferendo entre  em curso também toma aspectos eleitorais. O candidato democrata Joe Biden assume uma postura confrontacional com o eixo China-Russia, enquanto Trump mantêm relações construtivas com estas nações. Contudo, tendo a História por guia, a ascenção de novo poder internacional capaz de desafiar a liderança existente e já estabelecida gera crescentes tensões entre o poder preponderante, os Estados Unidos, e a nação emergente, a China. 

Os arsenais nucleares dos aliados China e Rússia equivalem àqueles dos Estados Unidos e Europa, permitindo prever que tal conflito, pela sua potência conjunta, se detonada, redundaria em incalculável morticínio, envenenaria a atmosfera criando uma permanente núven invernal.

Face a crescente probabilidade deste Armaguedon, torna-se essencial o desarmamento dos espíritos e o abandono do comportamento reativo que tantas guerras gerou no passado. Tais conflitos foram causados pela inflexibilidade da Nação-líder ao negar à Nação em ascensão, comercial e política, em busca de influência internacional. 

 


sábado, 8 de junho de 2024

Nação e Religião



                                                                    Netanyahu                                 Khamenei


Desde o Século XVI o mundo civilizado empreendeu um conflito religioso que levaria, nos séculos seguintes, à laicidade das nações. Tal percepção em muito se deveu às guerras cruéis que  na Europa levaram  os países  católicos como França, Espanha e Itália à enfrentarem nações Protestantes, encabeçadas pela Inglaterra a Prússia e outros estados Teutônicos. Ainda, as leis locais abraçavam o extremismo religioso, levando seus cidadãos às nuvens escuras dos dogmas então prevalentes. 

Face à morte e destruição neste periodo cruel de guerras religiosas, teve início um processo de modernização laica liderado pela França, onde o processo de separação do Estado e da Igreja trouxe, no tempo, a adesão e modernização política  do Ocidente.

Séculos passados, quando tudo indicava a consolidação de tal processo, trazendo aos povos a prioridade da Razão sobre a Crença, observa-se com  crescente preocupação a iniciativa, neste Século XXI, de dois países importantes no concerto da Nações.

Adotando seus textos sagrados como se Constituição fosem, tanto o Irã quanto Israel optam por divinizar as decisões de Estado,  tendo a Religião como elemento de geração, interpretação e justificação de decisões políticas, estas confrontando os países laicos subordinados à Lei Internacional.  

A prevalecer tal dicotomia, tornar-se-á ela fonte de continuas e crescentes dissenções de ambito legal, político e ético, contaminando o ambiente civilizatório construido ao longo de Séculos e representado pela Organização das Nações Unidas. Esta entidade, que outrora defendeu com sucesso a criação do Estado de Israel,  revela hoje crescente preocupação face às ações do Estado Judeu tendo por vítima o povo Palestino.

Ao observador do conflito em Gaza, mais sensato seria Israel concentrar sua justificada ira contra o Hamas sem tornar vítimas as dezenas de milhares de mães e crianças abatidas como se cumplices fossem.  

Os jornais noticiam hoje que quarenta e cinco crianças foram mortas por bombardeios aéreos israelenses, alegando o seu comando militar a presença de membros do Hamas dentre os estudantes! Ora, tal narrativa não justifica a calamidade, devendo os infiltrados ser capturados por ação de tropas, indentificando criminosos e inocentes. 

Ao justificar Netanyahu tal massacre com base em trecho milenar Bíblico, onde propugna, como represália à ataque sofrido, a morte de todos os homens, mulheres, crianças e animais das terras inimigas, esqueçe o líder israelense que o processo civilizatório dos últimos Séculos não mais permite reação tão selvagem como evidencia sua proposta exterminadora. 

Confiamos que o bom senso das elites e povo de Israel, cuja relevante parte de sua população discorda dos  desmandos de seu governo,  imponha um imediato armistício (sem prejuizo de capturar os assassinos do Hamas) assim contendo a atual mortandade que causa profunda degradação da boa imagem e respeito que hoje o país sofre.