quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Incerteza

 



A partir do Ano do Senhor de 2024, o planeta Terra adentra nova fase, a da Incerteza. 

Seguindo a trajetória suicida, inciada nos anos 40 do século recém findo, ao inventar-se a Bomba Atômica, evoluindo para a Nuclear, a elite política e científica da Humanidade lhe oferece o instrumento de sua própria destruição. Para quando será o cataclísmo, não se sabe, mas, quanto à sua ocorrência uma questão de tempo será.

Mas, enquanto o Grande Fim não chega, temos mais uma contribuição de mentes´brilhantes e irresponsáveis": a Inteligência Artificial. Sua chegada inaugura a Era da Incerteza.

A pedra angular da credibilidade, pari-passu com a constatação de provas fáticas, seria o Testemunho. Ocorre que, doravante, o testemunho poderá ser falsificado, seja atravès da palavra, seja da imagem.

Ao grito "Eu Ví!" ou "Eu ouvi!", constroe-se a Acusação, que, não raro, elucida a dúvida. No entanto, com a evolução tecnológica, o "visto", tenha sido atravéz de imagem ou som, não mais gera certeza e deixará de tornar-se "prova". Com o advento da Inteligência Artificial, estas duas sensações, básicas na vida do individuo, são degradadas ao nível de dúvida.      

Para que tais percepções retornem à confiabilidade, o recurso à tecnologia será essencial para desvendar a manipulação criminosa. Para tal, onde tempo e capital são necessários, não raro estarão fora do alcance de um indivíduo. Assim, ao nível do relacionamento humano, o grau de confiabilidade na interrelação pessoal terá forte queda face à crescente sofisticação da "tecnologia do engano". 

E que nos promete o futuro? Talvez, um conflito permanente entre o engodo e a verdade. Porém, a vida prossegue no seu ritmo cada vez mais apressado pelo dinamismo cibernético? Até que ponto a profilaxia defensiva será oportuna e possível? Quanto custará à Sociedade, em termos não só monetários, mas em defesa de valores éticos? 

Até que ponto a enorme massa despreparada que se espalha Brasil afora a partir de 1970, quando os 90 milhões se tornaram hoje 205 milhões,  será  progressivamente vitimada pelos sofisticados bandidos virtuais?

Nos dias de hoje já se constata uma crescente onda de fraudes no uso verbal do telepone celular; tudo indica que novas técnicas, estas visuais, também estarão presentes em breve. 

 

2 comentários:

Anônimo disse...

Pedro, tempos difíceis nos esperam! Aliás, estamos em plena transição do momento analógico para o virtual. Eh uma mudança imensa em todos os sentidos.A nossa vida, hábitos, comportamentos, valores, relacionamentos, tudo vai ser posto a prova e a vida ( como nos a conhecemos, até o momento)virada de cabeça para baixo.
O que nos aguarda eh indecifrável!
A única esperança eh que, a humanidade já sofreu vários impactos semelhantes ( este como estamos vivendo a vivo e a cores), nos parece o maior de todos. Não temos como avaliar. Somos espectadores. Certamente, como das outras vezes, tudo acaba por se acomodar. Tipo depois de um terremoto - as placas tectônicas acabam por se encaixar à espera de outro abalo.
Ignez

Pedro disse...

Excelentes comentários, querida Ignez. Concordo que mudança é a regra da existência e, ainda, contínua. O que muda será a velocidade, profundidade e extensão de seus efeitos sobre a Sociedade. A IA me parece ser um "game changer", difernte de toda experiência passada, pois representa a intromissão de milhares de núcleos "pensantes", com objetivos os mais variados e surpreendentes, interferindo subrepticiamente no nosso ambiente intelectual e vivencial. Por traz de tudo isto estará a irrefreável cupidez humana, escudada pela neblina virtual. A ver...