sábado, 26 de agosto de 2023

BRICS e Consequências





Nos tempos historicamente recentes, o mundo conhecido teve Roma Imperial como poder sem contestação após o naufrágio de Cartago. Avançando alguns Séculos, surgiu o Império Britânico, onde o Sol não se punha.  Sua vitória, aliada à França, na Primeira Guerra Mundial, custou-lhe caro, tanto em  reservas financeiras quanto a perda nas trincheiras de  uma boa parte de sua elite. 

Seguiu-se o domínio Norte Americano, este exercendo seu poder econômico sobre um mundo exaurido pela 2a. Guerra Mundial. Ainda, como a mais poderosa nação, os Estados Unidos tornaram-se o protetor militar e influencer político  da Europa Ocidental. 

O desmoronamento da União Soviética abriu as portas para a criação da União Europeia. Este bloco, liderado pela França e Alemanha, congrega 27 nações, unidas por propósito político e, em grande parte, por moeda comum. Seu PIB se iguala e sua população supera a dos Estados Unidos.  

Por  outro lado, graças ao seu abandono da União Europeia ao votar pelo Brexit. a Grã Bretanha, desamparada tanto militar quanto economicamente, hoje submete-se à Washington, entregando-lhe a primazia sobre as Nações de Língua Inglesa, estas estendendo-se geograficamente desde o Canada, ao extremo Norte, até a Nova Zelândia, nos confins meridionais da Oceania. 

Contrariando a história dos séculos passados, hoje tem-se a emergência do poder Oriental e uma nova conformação internacional em andamento. O surgimento da China, em crescente confrontação econômica e política com os Estados Unidos, cria a necessidade em áreas ainda não comprometidas a conveniência de reavaliação de suas prioridades geopolíticas. 

Assim, Beijing inicia um projeto de captura de nações através do BRICS¹. Tais nações, nas Americas, no Oriente Médio e na Ásia, buscam formulas que lhes favoreçam a  ascensão internacional nos campos da economia, comercio e representatividade política. Por elas, a criação desta novo Bloco é vista como promessa de nova repartição de poderes nacionais e internacionais. 

O amálgama de países asiáticos², latino americanos, árabes e africanos, em busca se beneficiar da alavancagem que o enorme poder da China oferece, assim turbinando sua capacidade negocial, abrindo portas até então fechadas e alcançando ouvidos até então surdos. 

O PIB total dos onze membros do BRICS, uma vez atingida a expansão ora em curso, se situa em torno de US$ 37 trilhões, sendo que a China representaria em torno de  50% do total. Também relevante será a produção de 33 milhões de barris de petróleo diários do Bloco, podendo influir ou pressionar a política  internacional, assim estimulando sua ampliação. Ainda, a produção agrícola e de minerais do BRICS terá relevância nos mercados internacionais.  

A solidez econômica do incipiente Bloco bem como sua representatividade política no cenário internacional, poderá atrair crescente participação de países de relevância agrícola e extrativa, assim tornando-se mais influente nos forums internacionais.

Contudo, tal concentração de poder, destacando-se o petróleo,  pode ser considerada como contrária aos interesses e segurança da aliança USA-UE. Ainda, a forte presença de países  de regimes ditatoriais poderá tornar-se um ônus na busca de aprovação internacional. 

O importante peso do segmento militar do novo Bloco, tanto no poderio nuclear da Russia quanto na extraordinária capacidade de mobilização da China, poderá levar as potência Ocidentais à políticas de contenção do BRICS, desdobrando-se em boicotes, sanções e demais constrangimentos.

Assim, torna-se importante ao Brasil uma serena avaliação dos riscos/benefícios de tal iniciativa e como contorná-los.  



1) Atuais: China, Russia, Brasil, India, Africa  do Sul. Adesões projetadas: Arábia Saudita, Emirados Árabes, Egito,  Irã, Etiópia  

2) A Russia, tida por europeia por estar Moscou situado na Europa, tem aprox. 75% de sua área na Ásia.

domingo, 20 de agosto de 2023

Perigos no Mundo Novo


Aldous Huxley já sabia que a modernidade traria sérios problemas. Seu livro foi um notável alerta , agora, o futuro tornou-se presente...

Os desafios da Inteligência Artificial já chegaram, advindos do mundo cibernético. Amanhã sua presença tornar-se-á ubíqua no dia-a-dia do Homem. Poucas atividades estarão livres de sua intromissão. Este admirável avanço tecnológico será uma alavanca ao desenvolvimento de todas as áreas que afetam o ser humano, aumentando eficiência em ritmo geométrico. Contudo, com as benesses chegam também os perigos para a sociedade. Por esta razão, esta coluna achou por bem consultar a própria IA da admirável Chat GPT* para relatar quais as fragilidades desta nova Panacea.

Bem vindos ao amanhã...

"The potential dangers of artificial intelligence (AI) are a topic of ongoing debate and concern within the field of AI ethics and technology policy. While AI has the potential to bring about many positive advancements and benefits to humanity, there are also several risks and challenges that need to be carefully considered and managed. Some of these potential dangers include:

  1. The potential dangers of artificial intelligence (AI) are a topic of ongoing debate and concern within the field of AI ethics and technology policy. While AI has the potential to bring about many positive advancements and benefits to humanity, there are also several dangers.

  1. Bias and Discrimination: AI systems can inherit biases present in their training data, which can lead to discriminatory outcomes in areas such as hiring, lending, and criminal justice. This can perpetuate and amplify existing inequalities in society.

  2. Job Displacement: As AI and automation technologies advance, there is a concern that they could lead to job displacement in certain industries, potentially causing economic disruption and social inequality.

  3. Autonomous Weapons: The development of autonomous weapons powered by AI raises ethical questions about the use of lethal force without human intervention. The lack of human oversight could lead to unintended consequences and escalate conflicts.

  4. Privacy and Surveillance: AI-powered systems can collect and analyze vast amounts of data, raising concerns about personal privacy and the potential for widespread surveillance, especially in authoritarian regimes.

  5. Unintended Consequences: Complex AI systems may exhibit behavior that was not intended by their developers. This could lead to unpredictable and potentially harmful outcomes in critical systems like healthcare, finance, and transportation.

  6. Superintelligence and Control: The hypothetical development of highly advanced AI, often referred to as "superintelligence," could pose risks if its goals diverge from human values and if we lack the means to control its actions.

  7. Security Vulnerabilities: AI systems can be vulnerable to attacks and manipulation, especially if they are used in critical infrastructure or systems. Malicious actors could exploit these vulnerabilities for nefarious purposes.

  8. Ethical Decision-Making: AI systems that need to make ethical decisions can face challenges in understanding complex moral dilemmas and aligning their decisions with human values.

It's important to note that the level of danger AI poses largely depends on how it's developed, deployed, and regulated. Efforts are being made within the AI community to develop ethical guidelines, safety measures, and regulations to mitigate these risks. Responsible development, transparency, collaboration between experts, policymakers, and industry, and ongoing research into AI safety are all crucial to ensuring that AI technologies benefit humanity while minimizing potential harm.*

*Thanks to Chat GPT

sábado, 12 de agosto de 2023

Determinismo Geográfico?








Ao se observar a história das nações, constata-se forte disparidade, onde certos países revelam vibrante presença enquanto outros permaneceram no anonimato. Quais seriam os fatores que favorecem este comportamento díspar, tanto no campo cultural quanto no econômico e ambiental? 

Existem vertentes que favoreceram a criação de um Ethos nacional, o qual não raro resulta dos conflitos e dificuldades superados através de sua história, assim cooptando o seu povo na direção de seus interesses basilares dentre os quais se destacam os limites geográficos e a preservação de sua identidade histórico-cultural. Excetuando-se as regiões polares, onde a hostilidade ambiental é perene, razoável parece ser a influência do clima no comportamento das nações, influindo na cultura, na economia e na política.

A rica conformação geográfica da Europa e seu clima ameno, objeto de cobiça de povos diversos, causou ao longo do tempo uma sequência de desafios históricos tais como a invasão Árabe das terras Ibéricas no Século VIII, chegando às portas de  Poitier; as hordas mongóis no Século XIII chegando às portas de Viena e no Século  XVI, a ameaça à integridade da Europa Cristã pela expansão Otomana, contida na batalha naval de Lepanto, às portas do Mar Tirreno.  Novo trauma ocorreu na absorção do Leste Europeu pela União Soviética nos anos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, libertado somente em 1991.

Estes desafios catárticos trouxeram por consequência uma identidade psico-geográfica que consolidou o que veio a ser a União Europeia. Hoje, sua população ultrapassa os 440 milhões e sua economia revela um PIB de US$ 1,4 trilhões, tornando-se a terceira economia do planeta. Seu comercio internacional  alcança o terceiro lugar, após os Estados Unidos e a China.

Novamente, o clima moldou a formação do Norte da America. Do outro lado do Atlântico, quando recém criados, os Estados Unidos e o Canadá forjaram nações após décadas  de luta armada, seja contra estrangeiros, seja contra os  povos autóctones. Ainda, o severo clima exigia excepcional rigidez e determinação para enfrentar as dificuldades ambientais e, ainda, a capacidade de poupar nos tempos amenos para sobreviver os desafios  invernais. Cria-se, assim, a cultura severa, exigindo do seu povo à necessidade de  previsão, ou seja, o investimento prévio que permita o bem estar futuro.   

Já, ao Sul, a forte influência do clima ameno entre os Trópicos do Câncer e do Capricórnio propicia a terra generosa bem como uma cultura indulgente, e refletindo-se tanto na fragilidade da formação política quanto na baixa intensidade do ímpeto econômico. 

Na America Latina, habitada por colonos  oriundos da peninsula Ibérica, terra livre dos maiores  rigores invernais, o fenômeno é observado. Na África, Ásia e Oceania, tendo por colonos os portugueses, franceses, ingleses e holandeses, todos se revelam enfraquecidos pelo clima. Ao adentrar as generosas terras tropicais reduz-se o desafio existencial e a disciplina societária, desaguando, assim, em nações com valores tão condescendentes quanto o clima e a fertilidade que as envolve.


terça-feira, 8 de agosto de 2023

Moeda Falsa?





  1. A crescente emissão de moedas virtuais, de variada procedência e destituídas de qualquer lastro que lhe confira um real valor, parece se encaminhar para a condição de "quase moeda", adquirindo livre curso.

Ontem o Banco Central juntou-se à nova moda monetária, emitindo o Drex e dando-lhe fidúcia, ainda que dentro de certos limites acauteladores. O que torna a iniciativa importante é ter a autoridade máxima financeira do País aderido `"moda" e, por consequência, fomentado, ao conceder-lhe chancela oficial,  a criação de moeda "privada" que parece rivalizar com a moeda falsa. 

Se falsa fosse, tão ou mais confiável seria do que a moeda virtual, pois ao imitar a verdadeira, até ser desmascarada, oferece livre curso ao seu portador. Já, sua rival cripto, desmascarada o é desde o seu início.

Cumpre alertar, que a moeda virtual pouca confiança merece, uma vez cunhada nas impressoras privadas, sem qualquer controle e, ainda hoje, circula com um míope beneplácito das autoridades monetárias, O valor que representa é etéreo, dependendo tão somente de procura e oferta  e não de uma fração de um valor conceitual econômico-financeiro. 

Não gozando de qualquer referência substancial, torna-se fácil presa de manobras especulativas, colocando em risco as economias do público incauto. Como exemplo, a queda de 70% em poucos dias da cotação do Bitcoin de mais de R$100.000 para um terço de seu valor bem exemplifica o alto risco a que a população despreparada está exposta.

A recente notícia que Fundos de Previdência buscam diversificar suas aplicações adicionando cripto-moedas a suas carteiras revela até que ponto a imprudência do "mercado" vem atingindo. Relevante lembrar que os investimentos de tais Fundos visam retorno também de longo prazo uma vez que seus  investidores buscam tranquilidade financeira quando de sua aposentadoria. Ora, como avaliar-se o comportamento de uma cripto-moeda ao longo de décadas? Quais os critérios, qual o cálculo de seu valor presente?

Ao observador, leigo ou não, o quadro financeiro que se desenha lembra a excitação e baixa resistência ao risco  que precederam no passado fortes movimentos recessivos.