sábado, 21 de janeiro de 2023

O Caminho do Centro





Foram muitos os brasileiros que votaram em Lula afim de impedir a vitória de Bolsonaro, e não por abraçarem uma política distributiva que desrespeite os imperativos de uma economia equilibrada necessária ao crescimento econômico da Nação.. Este relevante grupo eleitoral, cuja adesão  deu à Lula a vitória, não pode e não deve ser desprezado pelo candidato vitorioso. Este segmento rejeita a demagogia econômica e a irresponsabilidade fiscal que se esconde sob um manto populista. 

Assim, preocupam as frases lançadas pelo Presidente aos meios de comunicação, desprezando o teto de gastos, ridicularizando o equilíbrio fiscal, rejeitando a independência do Banco Central e sua missão anti-inflacionária. 

Esta recorrente retórica, colocando o país perante a possibilidade de um deficit fiscal endêmico e a resultante política monetária inflacionária que terá como principal vítima a população desassistida que pretende proteger. 

Este segmento social, de enorme importância demográfica e política, não tem como proteger-se contra a desvalorização da moeda, a não ser pelo assistencialismo e pelo artificialismo de aumentos salarias decretados, que, por sua vez, mais atiçam a inflação e os déficits orçamentários. Ainda, a intromissão assistencial do governo na esfera privada gera crescentes desequilíbrios no mercado, afetando negativamente sua expansão como empregador próspero. Assim, crias-se um ciclo vicioso, cujo o mais sombrio exemplo é a Argentina, cujas políticas  populistas a condenam à crises permanentes. 

Observa-se, assim, uma séria dicotomia conceitual que ora rege o governo Lula, pois contraria as propostas públicas do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet defensores da ortodoxia fiscal. Estes dois ministros recém  tiveram por audiência a Conferência de Davos, onde os expoentes das áreas econômico-financeiras internacionais se reúnem anualmente. 

Lá se forma a imagem dos mais diversos países, cuja repercussão positiva significa a abertura dos canais necessários ao crescimento econômico. Tanto Haddad quanto Tebet apresentaram uma visão equilibrada do Brasil, onde o respeito à integridade orçamentária e à estabilidade da moeda é requisito essencial. 

A economia de mercado é inevitável, não existe alternativa que não passe pelo totalitarismo, onde a primeira vítima é a liberdade. Assim sendo, o desenvolvimento econômico só ocorre com o crescimento dos investimentos, onde o acréscimo das receitas e lucros privados geram crescente emprego, contribuindo, também,  para o acréscimo de arrecadação fiscal.  

Sem este crescimento não há como atender e redimir a imensa massa de cidadãos desassistidos.

A insistir no intervencionismo estatal o Presidente Lula terá contra si não só os herdeiros do governo vencido mas, também, e mais relevante, aqueles que nele votaram por se oporem a Bolsonaro. Estes  tornar-se-ão desiludidos, retirando seu apoio. Em tal cenário o estamento PTista perderá suas alianças, tornando-se minoritário no Congresso, sem a representação necessária para bem governar. 

O Presidente não pode se dar o luxo de perder o comando político da Nação, seja por um Congresso hostil, seja por um desregramento paralisante da economia brasileira, seja por uma fuga de capitais privados. Para que tal não aconteça terá, por única opção viável o caminho do Centro, sem abandonar a prioridade devida à sua responsabilidade social.

 






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