sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Qual Lula será?



Contrariando a expectativas de alguns que esperavam ver Lula mais sóbrio e prudente, amadurecido pela experiência prisional recente,  nota-se pelas notícias publicadas que corre-se  risco de ver o Brasil novamente sob o receituário ideológico do seu partido.

Todo brasileiro de bom senso deseja ver um Brasil reduzindo o fosso que separa as classes média e alta d'aqueles que mal tem o que comer. Porém, para atingir-se este objetivo o governante deve respeitar os pontos cardeais que regem o comportamento da economia: o Livre mercado, o Equilíbrio orçamentário, a Atração dos investimentos, o limite da Dívida  Pública, etc...

Infelizmente, as notícias que nos chegam parecem desenhar um desprezo pelas bons procedimentos econômicos que a Nação exige para que possa prosperar. Porém não é este o quadro que decorre das atuais manifestações do Grupo de Transição, onde a maior preocupação parece ser a de "furar o teto", onde o Auxilio Brasil parece ser a gazua para o arrombamento da porta fiscal. 

Conquanto a relevância do programa social representado pela Bolsa Família parece inquestionável, a experiência do observador político vislumbra o risco de ser ela acompanhada de outros gastos, estes com intuito partidário e eleitoreiro. Ainda é cedo para conclusões, mas o "animus gastandi" é um virus instalado no organismo político, sem que haja vacina que o contenha; esta regra política tem inconteste capacidade regenerativa.

Acentuando o quadro de preocupação neste momento que parece indicar o futuro andamento do governo Lula, sua frase ao recomendar paciência para com a forte queda da Bolsa e o aumento do dólar parece revelar preocupante desconhecimento das regras necessárias à uma economia ascendente. 

O tempo que falta para a posse do novo presidente é a ocasião para refletir sobre um Brasil em mutação, onde as redes sociais surgiram, alterando e exacerbando a configuração eleitoral e, até mesmo, o exercício do poder. A inconstância se torna moda, bem como a intolerância e o fanatismo, como bem demonstrou esta última eleição presidencial, onde o vitorioso é eleito por margem ínfima. 

Lula deve refletir que sua vitória não se deve apenas ao Partido dos Trabalhadores, mas, também, àqueles que repudiaram Jair Bolsonaro. Não parece haver espaço para a implantação demagógico-popular, onde as regras essenciais ao crescimento econômico sejam ignoradas em favor de artimanhas de benefícios de  curto prazo onde o alto custo revela a seguir. A receita nada tem de novidade, bastará a Lula seguir o caminho exitoso, tanto no econômico quanto no social, de seu primeiro governo em 2003.

Escolher o caminho do populismo milagroso que parece surgir da divulgação de declarações levianas, poderá causar o rombo fiscal, a inflação e a desvalorização da moeda, sendo estes elementos cruéis para a sobrevivência dos mais pobres. Ainda, o consequente desaranjo da economia causará a perda de fidelidade de milhões de eleitores, estes aliados por serem contrários a Bolsonaro, assim fragilizando a base política de Lula e, em última análise, sua sustentabilidade ao longo de seu mandato.

 

            

9 comentários:

Nice disse...

Oi Pedro. Muito bom, sim estamos diante de um momento crucial para definir tambem que Brasil e esse...

Abs
Elenice Milani

Anônimo disse...

O que esperar? Alguma surpresa?!? Tão ingênuos quanto tantos ignorantes e todos avalistas do Ali Babá tupiniquim. No seu discurso à noite na Paulista no mesmo dia da eleição estava a seu lado esquerdo o Capitão Cueca. Como li certa vez, identificado erroneamente à Talleyrand, em sendo originalmente de Boulay de la Meurthe: “ C’est pire qu’un crime, C’est un faute! “

Anônimo disse...

Ah, mas o Bolsonaro é feio... Até aí vai a profundidade mental daqueles que votaram no L

Pedro disse...

Obrigado pelo comentário. Esta frase também é atribuída à Joseph Fouché, chefe de polícia no tempo napoleônico.. Boas frases merecem muitos pais...

Anônimo disse...

Direitos autorais pressuponho dever serem invioláveis. Tal qual outra frase, à nós mais famosa, também atribuída enganosamente a distinta personalidade francesa M. Charles de Gaulle, antes general e consumado estadista, porquanto em vero do embaixador brasileiro Carlos Alves de Souza, plenamente designo atual de nossa pátria: “ O Brasil não é um país sério. “

Anônimo disse...

Um pai não busca ensinar errado ao filho. Muito menos engana-lo insistindo no erro.

Daniel Bedin disse...

Brasil não é um país sério, já estou trocando todo meu patrimônio em real para dólar, ir morar fora nos próximos 2 anos. Levando meu filho junto. Vou esperar virar mais um país da América Latina não, tô fora.

Anônimo disse...

Para mim, o desastre já está contratado. Tanto na economia quanto na politica.

Anônimo disse...

Hahaha! Perdeu mané! Ops…Pedro