Bolsonaro conclama os brasileiros a se armarem, e, assim, garantir a liberdade. Ainda, insiste em promover as armas "nas mãos do povo" para combater a violência. Seriam tais declarações validadas pela lógica?
Importante perguntar-se a que liberdade se refere o presidente? Contra qual ameaça se pronuncia? Não existe no país, desde o término do regime militar, qualquer constrangimento às instituições garantidoras da democracia e aos direitos do cidadão. Hoje, apenas às Forças armadas e às polícias cabe o combate a subversão institucional e a violência, ou seja. garantir a liberdade e impedir a violência.
Já, a defesa da vida e da propriedade, legitimamente, cabe ao cidadão.
Ao estimular atravéz dos meios de comunicação a compra de armas. Jair Bolsonaro cria um potencial de violência de difícil contrôle.
- Favorece a formação e fortalecimento de milícias direcionadas ao crime
- O mesmo se aplica à facções com objetivo sócio-politico-ideológicos.
- Estimula a belicosidade política, adicionando a arma à palavra.
- Facilita a proliferação de atentados de toda a natureza, inclusive aqueles decorrentes de desequilibrio mental.
Uma avaliação de países com liberdade de compra de armas (Estados Unidos) e aqueles que as limitam (Europa) evidencia a imprudência do "laissez faire" adotado no governo atual. Em recente gráfico no New York Times, a morte por atentado de crianças norte americanas superou todas as outras causas. Ainda, as mortes por arma de fogo por grupo de 100.000 pessoas nos Estados Unidos supera, em muito, aquela observada na União Euroipéia.
Já, tratando-se do Brasil, as elevadas mortes por arma de fogo por habitante estão abaixo dos Estados Unidos, porém, muito acima da Europa.
Se o quadro que se observa no país é preocupante, pior será com o cenário libertário defendido por Bolsonaro. Importante notar-se que a conjuntura político-eleitoral que se avizinha trará a exercebação dos ânimos, prevendo-se choques dentre as facções políticas. Ainda que baixa, a probabilidade de recurso às armas não deve ser descartada. Discursos inflamatórios de parte a parte poderão tornar-se extremamente grave.
O quadro internacional publicado pelo New York Times revela a incidência de tais mortes sendo as tonalidades vermelhas as mais intensas. Nele tanto os Estados Unidos quanto o Brasil despontam.
A ver...