Deixando para traz a híperinflação de Sarney e as loucuras de Collor, o Brasil retomou ao caminho coerente. Porém, a trajetória positiva que o Brasil vinha seguindo a partir do governo Fernando Henrique Cardoso e do primeiro período de Lula foi desbaratada pela descontrole trazido pela volúpia dos dinheiros alheios (Lula II), pela contaminação de teses infantis (Dilma) e pela opaca compreensão dos mecanismos internacionais (ambos).
Como se destinado à sofrer a inconstância de rumo e das más opções o país elegeu um líder despreparado para o desafio. De modesto nível escolar e instável equilíbrio emocional não se revela à altura da missão. Só o equilíbrio, o conhecimento, a experiência e a honestidade de propósitos lhe daria condições para conduzir duzentos milhões de brasileiros.
A ocorrência da Pandemia desnudou o despreparo do governo recém eleito. É na adversidade que os grandes homens se revelam, porém faltou ao presidente a compreensão do abismo que se abria sob seus pés. Se assim tivesse agido, ter-se-ia evitado a intensidade e dimensão da tragédia e sua imagem de estadista refletiria a gratidão da Nação.
Contudo, Bolsonaro, ávido pela sua contínua permanência no poder, tendo a reeleição como objetivo prioritário, abraçou a tese de seu mentor, Donald Trump, ao ridicularizar a letalidade do Covid19. Apostando em rápida recuperação econômica, recusou as medidas sanitárias restritivas, desprezando as funestas consequências de sua ambição.
Após 500.000 mortos, Jair Messias Bolsonaro ainda mantêm o desprezo pela gravidade da moléstia, ridicularizando as necessárias medidas de contenção do flagelo. Qual Nero encontrando no incêndio de Roma a inspiração para sua arte, senão alegria, o Tenente (Capitão) desenvolve gracejos em torno da mortandade. A sua frase de há poucos dias, "a sobrevivência da infecção pelo virus é mais eficaz do que a vacina" tem implícita a recomendação ao público de deixar-se contaminar.
Trata-se de um deboche, assim revelando, segundo os compêndios da psicoanalise, a insensibilidade que, não raro, caracteriza os psicopatas.
E, em meio desta atual fragilidade institucional, a Nação balança e aderna nas bravias ondas políticas que precedem as eleições. Espreita-se, conspira-se, constrói-se um pretenso futuro que se entrelaça com um instável presente. Não será fácil construir-se este edifício.
Hoje escorrega a Nação para uma escolha de Sofia, entre estremos indesejáveis. O colapso do diálogo entre Esquerda e Direita, sob o ethos do maniqueísmo, prenuncia uma Nação ferida. O próximo passo poderá ser o da intolerância armada.
Importante, portanto, encontrar-se um Tercius, probo, instruído, emocionalmente e politicamente equilibrado, experiente nas lides políticas, cuja candidatura venha restaurar o bom senso, acalmar as expectativas eleitorais e restabelecer a tolerância politica.
O Brasil não suportará mais uma "experiência" fracassada. O país clama por um novo candidato que una os objetivos econômicos àqueles sociais, revertendo o aprofundamento da pobreza e dando ao empreendedor a previsibilidade econômica, fiscal e operacional essencial à sua prosperidade.
Em oposição, surge nos meios de comunicação, com crescente veemência, a proposta totalitária. É hora de vigoroso protesto contra estes crescentes e extremados apelos que pretendem conter a liberdade do cidadão como moeda de troca para atingir-se maior "eficiência político-administrativa".
Os tempos são outros. A ubiquidade dos meios de comunicação social impede uma transição ditatorial pacífica. Não mais existe a ameaça do comunismo internacional que justifique o movimento militar de 1964. A democracia não mais está ameaçada pela ideologia obsoleta e desdentada mas, sim, pelas antigas formulas de "salvação pela força". A insistir Bolsonaro neste caminho, arrisca acender a chama da contestação armada.
Todo cuidado é pouco.
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