segunda-feira, 18 de junho de 2012

É hora de solidariedade, Frau Merkel.

Nos anos 30 do Século passado instalou-se virulenta crise econômica, prenha de desídia e cizânia. Os lideres,  em busca de proteção para suas nações levantaram barreiras comerciais que gradualmente  transformaram-se em muralhas políticas, valorizando a discórdia. desaguando no conflito armado.
Hoje vivemos tempos similares, tendo por base profunda crise econômica,  onde os interesses tomam caminho divergente, com cada chefe de Estado, confrontado com sua crise interna, procura uma solução que hoje só pode ser encontrada no âmbito de uma Europa unida.
A excepcionalidade tem seu preço. A Alemanha dos anos trinta alcançou uma pujança econômica incomparável no Velho Continente. Por causas bem conhecidas, o III Reich considerava, compreensivelmente, que nada devia a seus vizinhos, e que nenhuma solidariedade se impunha àqueles que redigiram e lhe  impuseram o ruinoso Tratado de Versalhes. O que se seguiu desafia até hoje a racionalidade. O desatino de Herr Hitler,  superou os mais pessimistas vaticínios.
Hoje, a Alemanha novamente se destaca pela sua produtividade, engenhosidade, prudência fiscal, qualidades marcantes do povo teutônico. Porém, o sucesso Alemão, contrariamente à funesta década dos 30,  teve por base a solidariedade internacional. 
Começou pelo Plano Marshall, dando inicio à reconstrução germânica. Nesta ocasião, as nações vitoriosas, Estados Unidos, Inglaterra e França, garantiram a integridade territorial e política da Alemanha face  a ameaça Soviética. Seguiu-se o projeto francês do tratado  do Carvão e Aço Franco-Germânico, gênese da União Européia que tanta prosperidade trouxe à Alemanha. Finalmente, sua unificação, e portanto sua atual grandeza, tornou-se possível graças à derrocada Soviética, fruto do corajoso escudo levantado pelos Americanos, Ingleses e Franceses,  nas fronteiras globais do comunismo.
Assim, Frau Merkel, “it’s payback time”, hora da reciprocidade, momento de solidariedade, ocasião de gratidão.  Não se esconda atrás do pretenso interesse nacional, o qual, se defendido “à outrance” levará ao débâcle do Euro e à perdas incalculáveis para a Europa e a Alemanha.