Armas nos USA
Em sequência ao artigo acima pareceu-me relevante reproduzir pesquisa sobre propriedade de armas, publicada no New York Times. Para melhor compreendê-la vale lembrar que, do ponto de vista demográfico, o Partido Republicano é composto, em sua significativa maioria, por cidadãos brancos. Já os Democratas são multi raciais, incluindo parcelas relevantes de jovens brancos, um conteúdo importante de mulheres, bem como negros, hispânicos e asiáticos.
Quanto a religião, dentre os brancos e negros prevalece a religião protestante, esta fracionada entre protestantes tradicionais tais como Episcopalianos (Anglicanos), Prebisterianos (Caslvinistas) e Evangelicos dentre os quais os Metodístas. Já, dentre os brancos, os Católicos são pequena minoria, contrariamente ao que se observa no segmento Hispânico.No total 51% da população é Protestante e 25% é católica. As demais religiões representam 4% e os não religiosos, aproximadamente 20%.
Espero que estas informações contribuam para um melhor entendimento da cultura armamentista daquele país:
Possuem armas:
TODOS DEM REP
1. Dentre todos entrevistados 42% 31% 56%
2. Homens 48 40 57
3. Brancos 47 37 55
Hispânicos 29 28 32
Negros 21 17 41
Asiáticos 15 5 22
4. Rural 60 57 65
Suburbio ( rico, nos USA ) 42 27 58
Urbano 30 20 40
5. Secundário ou menos 41 33 59
Faculdade parcial 43 30 59
Diploma Universitário 33 22 48
Post graduação 32 22 48
6. Protestantes 54 44 60
Evangélicos 50 39 61
Católicos 39 33 51
Sem religião 32 21 58
Constata-se, claramente, que a prevalência de armas no segmento Republicano (WASP e aderentes) supera amplamente àquela das demais raças e segmentos. Como consequência temos a predominância do culto à arma espelhado na força política da National Rifle Association. Será razoável concluir-se que somente sob um governo Democrata poderá os Estados Unidos iniciar um processo de desarmamento parcial.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Oscar Niemeyer, outra opinião
Somos um país de imensa qualidade, onde despontam
personalidades excepcionais que merecem o respeito e a admiração pública.
Contudo, mais se observa a tendência de nossos conterrâneos em denegrir àqueles
que atingem proeminência e conquistam a estatura de grandes homens. Dentre as lacunas que afligem a educação de
nossos jovens observa-se a falta de reverência pelos nossos expoentes. Tal
descaso reduz nossa auto estima e fragiliza nossa capacidade de superarmo-nos. Verificamos, hoje, nova manifestação de auto flagelação, onde um homem
excepcional é reduzido e diminuído, na praça pública que a mídia oferece.
Oscar, por ser
comunista sofreu neste artigo, acusação digna da Inquisição de Torquemada. A
condenação de sua memória subordinou-se à fé capitalista defendida pelo autor. Niemeyer é reverenciado internacionalmente, apesar de
seus ideais. E não será o único; o escritor português, José Saramago, Prêmio
Nobel de Literatura também o era. Diego Rivera, notável pintor mexicano,
partilhava da mesma convicção sem que ela diminuísse a admiração de seus
conterrâneos. Jean Paul Sartre, comunista durante sua longa carreira de notável
pensador e escritor merece e merecerá a admiração de todos aqueles que refletem
sobre os labirintos da vida humana.
Foi ele acusado de
inúmeros mal feitos e comportamento nefasto, contrario aos valores que o
articulista defende como impositivos. Não parece justo. Quanto veneno destila aquele que, sob o jugo
de uma crença, julga-se proprietário do certo, e algoz do errado.
Condenado, pelo autor, por não ter repartido sua fortuna e tornado-se
pobre por ser comunista, reflete uma imperfeição na argumentação. Inicialmente,
foram muitas as obras de Niemeyer doadas às causas convergentes com sua crença.
Quanto terá ele contribuído para a caridade e obras sociais? Provavelmente
tanto quanto qualquer outro. Ainda, contrariamente ao voto de pobreza encontradiço
em certas ordens religiosas, este nunca foi um requisito para os admiradores do
ideal comunista.
Acusar Oscar Niemeyer de se beneficiar da preferência dos
governantes para a execução de suas magníficas obras não parece fazer sentido, pois
a licitação que lhe concedeu as encomendas governamentais, não só o preço mas a qualidade da obra foram
quesitos essenciais. Como dizer que a escolha foi equivocada? Dizer que nosso
grande arquiteto “encheu os bolsos com o dinheiro público“ é tão absurdo quanto
negar que os operosos empreendimentos privados não solicitam encomendas e recursos preferenciais do
governo. Recusar a encomenda de traçar os inigualáveis monumentos de Brasília
seria tão absurdo quanto uma grande empresa recusar vender seus serviços ao
Governo. Quanto à questão de licitações, melhor será o articulista repensar bem
o que escreveu.
Quanto à admiração que Niemeyer supostamente atribuía à
Fidel e Stalin não posso comentar, mas parece-me o calcanhar de Aquiles moral dos
comunistas da velha escola. Nada, nem o bem estar do povo, justifica matanças, prisões e tortura. Nada
justificava, também, os negócios dos capitalistas Watson, dono da IBM com a
Alemanha Nazista. Joe Kennedy,
multimilionário, os Krupp e
inúmeros empresários mundo afora também apoiaram Hitler. Não acredito que
qualquer um deles concordasse com o morticínio, deixando-se ludibriar,
erroneamente, pela nobreza que atribuíam
à causa. Quantos homens de direita, respeitados em nosso meio, apoiaram as
matanças engendrados pelas ditaduras chilena e argentina? Remeto-me à Jesus que
advertiu: “atire a primeira pedra...”
Em suma, parece-me inaceitável, pela maliciosa argumentação
apresentada, constatarmos a demonização
de um homem que nenhum mal fez ao país, apesar de sua ideologia, um homem que,
pelo contrario enalteceu a imagem do Brasil pela persistência e talento que
dedicou à sua obra.
domingo, 2 de dezembro de 2012
O desrespeito ao Cidadão
Vimos na imprensa que alguns ilustres senhores Senadores
rejeitam pagar o imposto de Renda sobre seu 14º e 13º salários. Não todos, pois
muitos concordaram em arcar com o ônus que é imperativo para os cidadãos normais. Resta,
contudo, a indagação que vai mais fundo,
a meu juízo. Por que cargas d’água deve um legislador receber os salário extras
que não cabem ao cidadão comum. Certamente não trabalham mais do que o peão ou
o bancário, o motorista ou o metalúrgico. De onde vêm a iniqüidade que permite
a criação de uma casta a parte? Certamente não será da Constituição. Como pode
prevalecer um sistema onde um pequeno grupo de pessoas tem o direito de outorgar-se
salários, aumento destes e, ainda, outros benefícios?
Os tempos estão mudando e o clamor público, através da mídia e das redes sociais, se fazem
sentir com crescente intensidade. Não mais cabe a inércia do eleitor, do homem
comum que tanto pagam e tão pouco recebem do Estado, pois o protesto pode ser recompensado. Vale
lembrar a Lei da Ficha Limpa e a recente condenação dos poderosos para
acreditarmos que o País tem jeito; muito depende de nós.
As centenas de milhões de reais que se esvaem dos cofres
público não encontram justificativa numa nação ainda subdesenvolvida, buscando
educação, saúde, saneamento básico, transporte, etc... Basta, parem de aumentar
impostos para compensar, dentre outros, os
excessos que vem de cima. Vamos aprender com os países poderosos, tais como a
França e a Itália que recém cortaram os salários e mordomias de seus dirigentes
como exemplo dignificante para uma nação que precisa crescer.
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Novamente Palestina
As alianças estão em fase de desmoralização. No recente embate nas Nações Unídas, os
Estados Unidos, guiados pelo exclusivo interesse de Israel,
só conseguiram arregimentar nove países para rejeitar a pretensão Palestina. E que países... o Canada, os Checos, as
poderosas Ilhas Marshall, a nobre ilha de Palau, a exemplar Ilha Nauru, a importante Micronésia e a semi colônia do Panamá.
Já as potencias Européias optaram
pela repulsa ou pela abstenção à posição Norte Americana. Pela oposição votaram os Escandinavos, a
França, a Itália, a Espanha e outros; pela omissão e abstenção se manifestaram países como a Alemanha, o Reino Unido e outros.
Assim a Europa negou o apoio à absurda posição do “Clube do Não”.
As restantes 138 nações, levadas pelo repúdio ao permanente
congelamento da esmagada Palestina, votaram pela sua inclusão nas Nações Unidas
como Estado Observador. Vale notar que a rejeição à posição americana nenhum benefício material
trouxe a estes países, muito pelo contrário. Seu voto deu-se por convicção que
a primazia da Lei Internacional, tão ferida no confronto
Israel-Palestina, é essencial à
preservação de seus interesses permanentes. Os cépticos dirão: e a Rússia, e a China? De fato estes têm sua própria agenda, e na
condição de super potências pouco se preocupam com a Lei Internacional.
Resumindo, a Civilização deu um passo na direção correta,
por rejeitar um dos últimos vestígios de colonialismo militar. Que passará pela
mente de Barack Obama, Premio Nobel da Paz? Não constata que as Nações Unidas
são o fórum ideal para se chegar à Paz? Do seu lado Israel, rejeitando incomprensívelmente um momento de Paz, iniciou, sem qualquer diálogo posterior, as
represálias; cortará a Palestina quase pela metade com a expansão de assentamentos e
embolsará os primeiros 120 milhões de dólares devidos à Ramallah. Que outras medidas
retaliatórias estarão por vir? Que reações provocará do lado Palestino?
Este não será o último capitulo de uma tragédia que se
prolonga a sessenta anos.
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
REARRUMANDO O ORIENTE
MÉDIO
Guerra Civil da Síria,
ameaça nuclear do Iran, atentados no Iraq, protestos no Bahrein e na Jordânia
e, finalmente, e novamente o conflito Palestino Israelense.
O conflito não surpreende pois ocorre entre um país
oprimido e um país opressor. Dizer-se que o conflito foi provocado pelo Hamas é
tão válido como atribuí-lo à Israel. São dois contendores em estado de guerra
latente.
O conflito é
absolutamente assimétrico, porém, desta vez, a inclusão dos foguetes
sofisticados teve mais um efeito simbólico do que militar. Sun Tzu teria
admirado como o poder psicológico do fraco conteve o poderoso inimigo. Sim,
porque os foguetes de Hamas mataram cinco e feriram cento e onze Israelenses
enquanto mais de centena de palestinos foram mortos pelos aviões e foguetes de
Netanyahu. Porém anunciaram quão vulnerável se tornaram as cidades Israelenses,
onde nem muro nem força armada poderão protegê-las para sempre. Em outras
palavras, o foguete teve pouco resultado tático, mas alterou o equilíbrio
estratégico.
O Estado Maior
Israelense sabe que a única forma de impedir a re-estocagem de mísseis em Gaza
seria através de uma ocupação permanente. Esta teria um custo inaceitável, não
tanto pela eficácia da resistência, mas pela inviabilidade em termos de
logística e de alocação relevante de tropa. Acresce a enorme fricção de
controlar-se uma população extremamente hostil de mais de um milhão de pessoas.
Ainda a fronteira com o Egito, hoje bem mais próximo e tolerante do Hamas,
facilitaria a rota de reabastecimento dos eventuais rebeldes.
É claro, a alternativa
de punir qualquer reinicio de lançamento de foguetes provavelmente receberia
como resposta novo ataque Israelense, cuja dimensão poderia significar a destruição
de Gaza, com milhares de mortos.
A resposta da opinião
pública mundial tenderia a ser nitidamente contrária à Israel. Matanças não são
mais bem aceitas e a perenidade do contencioso torna-se um irritante
geopolítico com crescentes ramificações. A transformação do povo de Israel de
perseguido em perseguidor desafia a compreensão de europeus e americanos (latu
senso). A estes se juntam o Egito e Turquia, os dois pólos de poder Muçulmano
na região, que não mais toleram o uso da força contra os Palestinos.
Já, os aliados Norte
Americanos se encontram numa encruzilhada. A perda do ditador Mubarack retira
de Washington o dócil joguete, manobrado para atender os interesses de Tel
Aviv. A Turquia, outro nascente pólo de poder regional, foi alijada graças à enorme
truculência Israelense, ao matar participantes Turcos desarmados em sua jornada
à Gaza. Ainda, perder o peão Turco,
membro da OTAN, só pode ter causado consternação tanto no Pentágono como no
Departamento de Estado.
Apesar das declarações
de Obama, sobre o direito de defesa de um pais que aprisiona um outro povo não
serem edificantes, na prática pouca força tiveram para favorecer a continuidade
dos bombardeios Israelenses, tão a gosto de Hillary Clinton (Gaza redux, 2009).
Pelo contrário, em vez de Washington,
com todo seu poderio, impor a paz, pediu ao Egito que o fizesse. Fez-se o
vácuo, e foi preenchido.
Parece razoável
concluir-se que o xadrez alterou-se em detrimento de Israel. O bom que poderia
ser extraído na direção da paz ainda não está tão perto, porém a tendência será
nesta direção. Passo importante será o apoio à pretensão Palestina de
reconhecimento pela Assembléia Geral da ONU como “estado observador”.
A ferrenha oposição de
Barack Obama e Benjamin Netanyahu à pretensão de Mahmud Abbas, lastreia-se
sobre argumentos que nos remetem ao “doublethink” de Orwell em seu notável “1984”, onde o governo criava realidade
alternativa para àquela que era veraz. Alegar-se, como fazem os parceiros
acima, que o processo de paz seria prejudicado
pela anêmica Palestina, rejeita a realidade da incontida penetração de Israel na
Cisjordânia através da expansão dos assentamentos garantida por décadas de
ocupação militar. Como pode a formiga negociar com o tamanduá senão contando
sua história ao concerto das nações...
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
Uma nação que se transforma
A eleição de Obama, e sua recente reeleição chama nossa
atenção para as mudanças demográficas que ocorrem nos Estados Unidos.
Expressiva maioria de latinos e asiáticos, aliados à 91% do eleitorado negro
levaram à Casa Branca a antítese do poder WASP. Ainda, os jovens de todas as raças viram em Obama um futuro
mais sensível para com a classe média e mais solidário para com os pobres..
Mais informações são oferecidas no trabalho estatístico de
A. Gelman e A. Feller da Universidades de Columbia e Harvard, onde se constata
que, tivesse o eleitorado renda anual superior a US$ 100.000, 54% dos votos
iriam para Mitt Romney. Fosse a renda abaixo dos US$ 50.000 então 60% dos votos
pertenceriam a Barack Obama. Confirma que
60% dos jovens preferiram o presidente, e 54% dos idosos acima de 65
anos votaram em
Mitt Romney. Ainda, e não menos importante, a maioria das
mulheres preferiram o presidente.
O resultado da eleição parece sugerir a gradual perda da
preponderância do segmento WASP no
cenário eleitoral, ainda que majoritário demográficamente. A derrota é ainda
mais surpreendente tendo em vista a profunda crise econômica que assola aquele
país.
O perfil Republicano, aparece como intimamente associado à raça branca e seu
Cristianismo Protestante ao qual se une a recente influência do Tea Party .
Este se apropria, ainda que desvirtuando, do notável movimento em prol da
independência americana. Defende uma
visão do Estado Mínimo, se opondo às iniciativas de equilíbrio social. Ao
defender uma política econômica favorecendo o topo da pirâmide econômica, os
Republicanos alijaram parte relevante das classes média e menos favorecida.
Nos últimos anos o ganho real da classe média foi modesto, enquanto
os 10% mais ricos absorvem hoje mais de 50% do acréscimo de riqueza anual gerada
no país. Tal disparidade já vem se refletindo no acesso à educação superior e na
conseqüente perda de mobilidade social
norte americana. Questiona-se a tese Republicana, que pretende que todos têm a
oportunidade de prosperar, basta querer estudar e trabalhar. Ora o estudo
inferior leva ao emprego inferior assim gerando o circulo vicioso que fragiliza
a estabilidade social.
O governo Obama, reconhecendo a mudança de forças políticas
que compõem o país, promete reverter a crescente disparidade de
oportunidades aos cidadãos, mas encontrará no partido opositor tenaz
resistência. Enquanto o Partido Democrata defende tanto a redução de gastos
quanto o aumento de receitas através de impostos para o erário combalido, por
outro lado o Sr Boehner, líder dos Republicanos na Câmara dos Deputados, já avisou
que não concordará com qualquer aumento
de impostos, acentuando a exigência de corte das despesas do Estado.
Neste engessamento ideológico o país se aproxima do
Precipício Fiscal, assim denominado o momento em que redução draconiana de despesas,
simultânea ao aumento de impostos para todas as camadas sociais, parece levar
os Estados Unidos à beira da Depressão. Contudo, o ditado Inglês que reza “a
visão do patíbulo aguça a mente”* aplica-se a este dilema. Tão graves serão as
conseqüências que razoável será prever concessões de política fiscal, de parte
a parte, que evitem o desastre fiscal.
*The sight of the gallows sharpens the mind
Pedro da
Cunha
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
O bom caminho
Estamos em dias de festa cívica. O Brasil começa a acreditar na Justiça, aquela que, até bem pouco tempo se escondia nas entrelinhas do Código penal, se ocultava atrás dos recursos funambulescos, se agachava atrás das prescrições. Hoje o Brasil, através de seu Supremo Tribunal, descortina o caminho a seguir para reerguer a República.
Os Ministros do Supremo, ou sua maioria, demonstraram a coragem da imparcialidade face à influência sombria do poder político. Tiveram por alicerce o Ministério Público, a Policia Federal e aqueles políticos que houveram por bem buscar a verdade nas Comissões Parlamentares de Inquérito. Tiveram, também, o apoio de grande parte da imprensa, revelando o lamaçal moral que, por vezes, envolve a política nacional.
Estamos em dias de festa cívica. O Brasil começa a acreditar na Justiça, aquela que, até bem pouco tempo se escondia nas entrelinhas do Código penal, se ocultava atrás dos recursos funambulescos, se agachava atrás das prescrições. Hoje o Brasil, através de seu Supremo Tribunal, descortina o caminho a seguir para reerguer a República.
Os Ministros do Supremo, ou sua maioria, demonstraram a coragem da imparcialidade face à influência sombria do poder político. Tiveram por alicerce o Ministério Público, a Policia Federal e aqueles políticos que houveram por bem buscar a verdade nas Comissões Parlamentares de Inquérito. Tiveram, também, o apoio de grande parte da imprensa, revelando o lamaçal moral que, por vezes, envolve a política nacional.
Não cabe a argumentação de
alguns políticos e militantes que acusam
o Supremo Tribunal de viés partidário. Basta lembrar que as provas foram
colimadas pela Polícia Federal, órgão
subordinado ao Ministério da Justiça, partícipe do governo PT mas não cúmplice
dos inúmeros ilícitos apurados. Ainda, torna-se
relevante assinalar que os Ministros do Supremo Tribunal, se não pertencem a
partidos políticos foram, na sua maioria, 7 dentre 10, designados pelo governo
do PT. Constata-se claramente que buscou o STF, com admirável isenção, colocar
seu dever acima de inapropriada gratidão. Buscou a identificação e a punibilidade dos crimes
praticados.
É um momento, não apenas de regozijo cívico, mas também, de reflexão. Constata-se que a contribuição da Oposição foi quase inexistente, o que sugere existir uma convergência espúria de interesses que aproxima alguns segmentos das duas alas do Congresso. Nota-se, também, o silêncio constrangido da maioria esmagadora dos parlamentares do PT, que certamente reconhecem neste episódio, o fortalecimento da República e de suas instituições, e não de perseguição política. Finalmente, e talvez o mais importante no que tange nosso quadro político, cabe a admiração dos brasileiros pela postura serena, correta e respeitosa da presidente Dilma Rousseff, renunciando à qualquer pressão indevida, assegurando a independência dos Poderes que regem a Nação.
É um momento, não apenas de regozijo cívico, mas também, de reflexão. Constata-se que a contribuição da Oposição foi quase inexistente, o que sugere existir uma convergência espúria de interesses que aproxima alguns segmentos das duas alas do Congresso. Nota-se, também, o silêncio constrangido da maioria esmagadora dos parlamentares do PT, que certamente reconhecem neste episódio, o fortalecimento da República e de suas instituições, e não de perseguição política. Finalmente, e talvez o mais importante no que tange nosso quadro político, cabe a admiração dos brasileiros pela postura serena, correta e respeitosa da presidente Dilma Rousseff, renunciando à qualquer pressão indevida, assegurando a independência dos Poderes que regem a Nação.
Falta muito a fazer. Porém, cabe-nos esperar que a Lei da Ficha Limpa, em aliança virtuosa com o Supremo Tribunal, venham a filtrar, gradualmente, o turvo caudal que ora ameaça nos submergir, trazendo ao amanhã crescente limpidez. Nossos filhos merecem.
sábado, 6 de outubro de 2012
O retorno da tortura
Gradativamente a tortura foi abandonada como forma de coação e coerção pelos Estados. Ainda que muita violência ainda ocorra nas delegacias mundias ou nos quarteis dos beligerantes, o repúdio à tortura pelos governos foi mais um passo civilizatório, tornando inadmissiveis as provas obtidas desta forma. A recusa da confissão sob tortura se lastreia no fato de que o torturado dirá o que necessário for para cessar seu sofrimento. Dirá o que sabe e o que ignora, inventará o que lhe parecer adequado para sustar a mão do algoz. O torturado poderá ser um frio criminoso, mas tambem poderá ser um inocente envolvido em rede de intrigas ou circunstancias alem de seu contrôle. Como saber?
Tanto as Nações Unidas como a Convenção de Genebra, a primeira tratando da imposição dos Direitos Humanos, e a segunda cuidando da relação bélica dentre adversários, repudiam a tortura, tornando-a ilegal sob a égide da Lei Internacional.
Tendo isto em mente e atendendo à sua índole claramente civilizada, o presidente Barack Obama determinou o término da prática de tortura contra os adversários, tornando ilegal a tortura oficializada, anteriormente utilizada pelo governo de George W Bush. Determinou o atual presidente que os interrogatórios obedecessem o prescrito no Manual do Exercito Norte Americano, onde a tortura é vedada.
Já o candidato Republicano, Mitt Romney, vem a publico defender o retorno às práticas do governo Bush.
Manifestou-se, em público, que não considera o afogamento, por vezes incompleto e por vezes real (um pequeno descuido...), como método razoavel de interrogatório. Defende, e aí cita práticas anteriores oficialmente aceitas, que atirar-se o suspeito contra a parede, pendurá-lo pelos membros (páu de arrara) de forma estressante, submete-lo a temperaturas extremas e ruidos insuportáveis não constituem tortura.
Cabe, assim, perguntar-se qual o rumo que toma nossa civilização, que tanto se beneficiou dos exemplos que os Estados Unidos trouxeram ao planeta. Até que ponto poder-se-ia alegar que a tortura hoje defendida pelo Sr Romney, seria necessária ou conveniente se as relações norte americanas tivessem sido equilibradas e equitativas com todas as partes que compõe o contencioso que envolve o Oriente Médio e o mundo Muçulmano. Até que ponto, sem descurar da integridade de Israel, a concessão às justas aspirações dos outros povos da região não teria desanuviado a tempestade que ha 60 anos se forma e que sobre nós paira?
Gradativamente a tortura foi abandonada como forma de coação e coerção pelos Estados. Ainda que muita violência ainda ocorra nas delegacias mundias ou nos quarteis dos beligerantes, o repúdio à tortura pelos governos foi mais um passo civilizatório, tornando inadmissiveis as provas obtidas desta forma. A recusa da confissão sob tortura se lastreia no fato de que o torturado dirá o que necessário for para cessar seu sofrimento. Dirá o que sabe e o que ignora, inventará o que lhe parecer adequado para sustar a mão do algoz. O torturado poderá ser um frio criminoso, mas tambem poderá ser um inocente envolvido em rede de intrigas ou circunstancias alem de seu contrôle. Como saber?
Tanto as Nações Unidas como a Convenção de Genebra, a primeira tratando da imposição dos Direitos Humanos, e a segunda cuidando da relação bélica dentre adversários, repudiam a tortura, tornando-a ilegal sob a égide da Lei Internacional.
Tendo isto em mente e atendendo à sua índole claramente civilizada, o presidente Barack Obama determinou o término da prática de tortura contra os adversários, tornando ilegal a tortura oficializada, anteriormente utilizada pelo governo de George W Bush. Determinou o atual presidente que os interrogatórios obedecessem o prescrito no Manual do Exercito Norte Americano, onde a tortura é vedada.
Já o candidato Republicano, Mitt Romney, vem a publico defender o retorno às práticas do governo Bush.
Manifestou-se, em público, que não considera o afogamento, por vezes incompleto e por vezes real (um pequeno descuido...), como método razoavel de interrogatório. Defende, e aí cita práticas anteriores oficialmente aceitas, que atirar-se o suspeito contra a parede, pendurá-lo pelos membros (páu de arrara) de forma estressante, submete-lo a temperaturas extremas e ruidos insuportáveis não constituem tortura.
Cabe, assim, perguntar-se qual o rumo que toma nossa civilização, que tanto se beneficiou dos exemplos que os Estados Unidos trouxeram ao planeta. Até que ponto poder-se-ia alegar que a tortura hoje defendida pelo Sr Romney, seria necessária ou conveniente se as relações norte americanas tivessem sido equilibradas e equitativas com todas as partes que compõe o contencioso que envolve o Oriente Médio e o mundo Muçulmano. Até que ponto, sem descurar da integridade de Israel, a concessão às justas aspirações dos outros povos da região não teria desanuviado a tempestade que ha 60 anos se forma e que sobre nós paira?
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